De quem é a responsabilidade sobre a comunicação?

Certa vez ouvi de um professor que a comunicação é 100% responsabilidade do comunicador. Quem concorda com isso?

A afirmação dessa frase me perturbou por um tempo, porque não parecia justa: 50% de responsabilidade parecia mais apropriado. Mas como aluna esforçada, fiquei buscando formas de fazer possível aceitar aquilo como verdade, formas de entender o que aquele professor quis dizer. Em que tipo de situação aquela regra poderia ser verdadeira? 

Então, pensei: bom, eu realmente preciso adequar a comunicação quando quero falar com uma criança, por exemplo. Não posso esperar que ela entenda uma fala complexa. Se quiser me comunicar com uma criança, preciso considerar seu vocabulário limitado e infantil. 

Outros exemplos começaram a surgir: se vou para outro país e quiser interagir, devo aprender a me comunicar como eles; o mesmo acontece para os grupos sociais, regionais, guetos, tribos sociais, nerds, surdos, filósofos, etc. Se pretendo me comunicar com essas pessoas, preciso adequar a fala para sintonizar e conectar com a delas. 

Falamos de casos mais evidentes, “óbvios”, mas que me ajudaram a entender que a responsabilidade pela comunicação é, sim, daquele que deseja se comunicar, do comunicador. Portanto, se eu sou mal entendido a culpa é minha. Se alguém não te entende, a culpa é tua. Pra mim, tudo isso já é coisa bastante para dar bug no cérebro, mas não para por aí. 

O óbvio precisa ser dito 

“Para um bom entendedor…as batatas”. Supor é diferente de entender. Supor que algo seja óbvio é o que mais atrapalha a comunicação nos relacionamentos humanos. Seres humanos não são óbvios. Por mais que muitos aspectos sejam comuns entre nós, há coisas peculiares a cada um de nós. Supor entender uma pessoa ou que uma situação “óbvia” seja entendida por todas as pessoas, só atrapalha o processo de comunicação. Subentendido é mal entendido! 

O óbvio precisa ser dito, e repetido infinitas vezes. Precisa ser ouvido, digerido e transformado em ação efetiva e em feedback. Dizer o óbvio e pedir ao ouvinte que fale o que entendeu é a forma mais efetiva de acertar a comunicação. Se o ouvinte responder algo diferente do esperado é sinal de que a comunicação não foi tão efetiva. Cabe ao comunicador estudar melhor o ouvinte e ajustar o plug ao receptor. Por isso, o óbvio precisa ser dito! 

A importância do feedback 

Quando pedimos um retorno da comunicação, quando estamos abertos para ouvir sobre o impacto que a nossa comunicação causou, APRENDEMOS. Às vezes, um acento no lugar errado ou uma palavra errada pode comprometer a receptividade ou a interpretação do ouvinte. Comum é sermos denunciados pelas micro expressões faciais: olhar, respiração, lábios secos, queixo trêmulo, denunciam uma atitude que nossas palavras podem até não demonstrar. Mas a comunicação se dá por todos esses meios: suas palavras dizem que você não está chateado, mas seus olhos estão gritando que, sim, você está muito chateado. 

Portanto, o feedback é uma ótima oportunidade de aprendermos mais sobre nós mesmos e sobre como anda a efetividade da nossa comunicação. Para a maioria das pessoas, não é fácil ouvir outro falar sobre nós, especialmente porque poucas pessoas sabem fazê-lo deixando de lado melindres, julgamentos ou rancores, sem levar para a conversa aquele ego malévolo que machuca e corrói. Mas lapidar o ego para lapidar a comunicação só é possível comunicando, com o coração aberto e com o intuito de fazê-lo cada vez melhor; falando e analisando a própria fala, analisando, também, o impacto causado nas pessoas através do semblante delas. 

Sabe aquele exercício de olhar no espelho buscando enxergar coisas novas sobre nós mesmos? A comunicação com feedback faz isso num âmbito ainda maior, porque traz à tona características nossas que jamais conheceríamos sozinhos. Assim, as pessoas a nossa volta são também como espelhos refletindo faces da nossa personalidade. A reação delas ao que fazemos, dizemos e a forma como dizemos nos ajuda a enxergar se fomos duros demais, moles demais, engraçados, rudes, atenciosos ou completos idiotas. Contemple suas relações como espelhos e se alguma delas não estiver satisfazendo você, saiba que você tem o poder de transforma-la.

 Patrícia Krüger

Quem faz a Expresso Mater?

PATRICIA WALTRICH

FUNDADORA E PROFESSORA

Empreendedora, mestranda em Neurofilosofia na PUCRS, pós graduada em comunicação pela USP e professora de Yôga e Filosofia desde 2009.

Iniciou os estudos em Ciências Sociais na UFRGS. Graduou-se em Filosofia. E tornou-se professora de Yôga pelo DeRose Method.

 

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